O
médico Armando Porto Carreiro, especialista em terapia nutricional do
Hospital Antonio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (UFF),
discorda da afirmação de Rejane: "É bastante fácil de diferenciar um do outro".
Neste
sábado (20), a estudante voltou a frequentar as aulas do curso técnico
de enfermagem. Por telefone, o diretor da escola, que se identificou
apenas como Sérgio, disse que ela é uma excelente aluna e que vai
receber o diploma ao fim deste ano.
Em entrevista, a estagiária conta que, quando percebeu o erro, pensou em pedir ajuda. "Injetei
o leite e botei pelo lugar errado. Me passou pela cabeça chamar a
supervisora. Sendo que a outra menina que estava do meu lado, ela falou
que sabia e que ia me ensinar. Ela pegou, falou pra mim e pra outra
estagiária que estava do meu lado para ir fazendo os procedimentos. Mas
não deu explicação nem de que e nem como. Continuou sentada no posto de
enfermagem, brincando no celular", completou, antes de admitir que não tem preparo para o procedimento realizado. “Agora, no momento, não.”
Segundo os médicos, o café com leite foi direto para o coração e o pulmão, e Palmerina parou de receber oxigênio. "É como se o paciente estivesse sendo sufocado", explicou Armando Carneiro.
O delegado informou que acredita que as estagiárias receberam a ordem para fazer o procedimento. "Eu
estou convencido que elas receberam uma ordem pra fazer. Mas, no curso,
durante o curso e pelo supervisor da escola, também foi dito que elas
não poderiam fazer sem a supervisão."
A
polícia indiciou quatro pessoas por homicídio culposo, quando não há
intenção de matar: as estagiárias Rejane e Luciana, e as técnicas de
enfermagem Rayane e Adriele.
Palmerina
morreu no Posto de Atendimento Médico (PAM) de São João de Meriti, na
Baixada Fluminense. A filha da idosa, Loreni, percebeu que a estagiária
estava aplicando o alimento pela sonda da medicação. "Eu vi minha mãe se debater. Buscar o fôlego, ela buscava o fôlego assim, no ar", disse. "A menina colocou café com leite na veia da minha mãe. Meio copo, meio copo."
Loreni
é uma das 16 filhas de Palmerina, que era viúva havia 40 anos. Desde
que a mãe morreu, os filhos se reúnem todos os dias na casa de
Palmerina. "Minha mãe lavava roupa. Minha mãe
costurava para fábrica, levava a gente pra escola e lutou por nós.
Nenhum filho ficou sem estudar", lamenta, dizendo não estar revoltada com o caso. “Se os olhos delas fecharam dessa forma, com certeza foi pra que houvesse uma grande mudança aqui no nosso município.”
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