quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Conheça a história da Paróquia de Santa Luzia

A região do Vale do Sabugí esteve habitada por diversos grupos indígenas os quais podemos classificá-los como sendo da nação dos tarairiús. Sob um regime semi-nômade, esses grupos estiveram habitando a região onde atualmente se localiza o rio Quipauá (Capauá), o qual é uma intercessão dos riachos do Saco e das  Marias Pretas, ambos advindos da região serrana do Planalto da Borborema.
 
Sob o regime da colonização portuguesa as terras do Vale do Sabugí foram doadas a sertanistas como Matias Vidal de Negreiros, o qual não estabeleceu, pelo que se sabe, moradia para povoar a região ainda no início do século XVIII. Junto a região norte do atual município, um outro teria habitado a região da Cachoeira do Angá ou Ingá, fazendo sua doação a um terceiro o qual haveria de estabelecer residência e fazenda. Foi o português Geraldo Ferreira Neves que plantou moradia junto ao riacho das Marias Pretas e construiu casa de fazenda e currais de gado. Seu falecimento aconteceria ainda quando construíra família, o que possibilitou a um sobrinho seu, homônimo e herdeiro de suas terras que compreendiam os sítios Tamanduá, São Domingos, Santo Antônio, Santa Luzia, Picotes e Olho D’água Grande. Este, Geral do Sobrinho, ainda adicionara a sua extensa propriedade a sesmaria de trÊs léguas junto ao riacho do Saco.

Em 10 de fevereiro de 1756 o português Geraldo Sobrinho fez doação de meia légua de suas terras, entre os riachos Marias Pretas e Saco (não havia ainda nenhum dos dois açúdes que banham a cidade) para que fosse construída uma capela em honra a Virgem e Mártir Santa Luzia, o que teria sido ainda um pedido de seu tio, havendo de os herdeiros terem que mantê-la com uma contribuição de 6 mil réis.

Sem nenhuma evidência de como seria a primitiva capela, acreditamos que segundo as dimensões ela não seria de grande porte, já que a região só veio a desenvolver-se como povoado já no século XIX. Entretanto, todas as bibliografias consultadas (no final estão enunciadas) apontam o ano de 1773 como marco inicial para a construção da igreja de Santa Luzia.

A partir das datações contidas, inicialmente pertencemos a Paróquia de Santana de Caicó - RN, ainda como capela. Em alguns dos seus livros de batismo e casamento há o deslocamento de pessoas que residiam no sítio Santa Luzia para casarem-se e serem webatizados naquela matriz. A partir de 1788, com a criação da Paróquia de Nossa Senhora da Guia de Patos - PB, deixaríamos oficialmente de estarmos ligado àquela freguesia, não deixando, entretanto, os laços familiares, afetivos e religiosos que até hoje nos projetam aquela, hoje, diocese riograndense sob a proteção de Senhora Santana.

A referida capela passou por pequenos reparos e durante um século pouco houveram reparos, cuja conseqüência é “tomou o nome de ‘igrejinha’” segundo os relatos de D. Teresa Medeiros em seu livro “A matriz de Santa Luzia na minha vida”, do ano de 2002, de quem indicamos a leitura por ser memória viva de nossa gente e de nossa fé.

Tendo havido o desenvolvimento e sob os moldes do Segundo Reinado, quando ainda havia relações amistosas da Igreja e Estado, o povoado de Santa Luzia do Sabugí foi elevado a categoria de Freguesia (o que corresponde hoje a Paróquia) de Santa Luzia, por força de lei provincial no 14 de 06 de outubro de 1857, sancionada pelo então presidente da província da Parahyba do Norte, Dr. Manoel Clementino Carneiro da Cunha.
 
É do conhecimento que a igrejinha recebeu reparos entre os anos de 1872 e 1873, ou seja, logo depois da elevação do distrito a categoria de Vila de Santa Luzia do Sabugí, na época do paroquiato de Padre Manoel Tertuliano, o qual fez o aumento da igreja, a ereção das torres, além da construção da primeira casa paroquial, localizada onde está hoje o salão paroquial e a residência ao lado. Ali também haveria de ter sido construída a primeira casa da fazenda do português Geraldo Ferreira Neves.

Logo depois, no paroquiato do padre Jovino Machado houve o ornato interno e externo com cal, feito o forro, as tribunas laterais, o côro e o piso da matriz. Os sinos da matriz, conhecidos pelos seus belos tons e sequências de toques modificados segundo a festa ou acontecimento da Igreja ou cidade, foram comprados nesta época de seu paroquiato além do material utilizado ainda hoje pela Irmandade do Santíssimo Sacramento: a cruz processional, as tochas, vestes de bênção e hostensório. 
 
Foi nosso primeiro pároco o Padre Manuel Cordeiro da Cruz até o fim do ano de 1857. O mesmo foi antecedido por capelões que por essa paróquia fizeram seus primeiros serviços de acompanhamento e semeadura da fé cristã.
 
Fonte: Paróquia de Santa Luzia 

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