Em busca
de exterminar de vez o tão falado fantasma de 1950, quando perdeu o Mundial no
Maracanã para o Uruguai, o Brasil é quem tem cenário mais definido. Sabe que será
o cabeça de chave do Grupo A, vai abrir a Copa no dia 12 de junho, em São
Paulo, e depois jogará em Fortaleza e Brasília nos dias 17 e 23,
respectivamente.
Os outros
cabeças de chave foram definidos com base no ranking da Fifa de outubro, medida
que causou polêmica ao tirar seleções tradicionais como Itália e Inglaterra de
seus lugares habituais. Vão encabeçar os demais grupos os sul-americanos
Argentina, Uruguai e Colômbia, além das europeias Alemanha, Espanha, Bélgica e
Suíça.
Outra
decisão polêmica foi a de alterar a regra que determinaria qual seleção do
Velho Continente vai migrar do pote 4 para o pote 2. Inicialmente seria a
equipe de pior ranking, no caso a França. Na terça, porém, a Fifa anunciou que
haveria um sorteio entre as nove europeias que não são cabeças de chave.
- Quando
se muda algo que já está decidido, fica menos transparente. Pode até ser
melhor, mais lógico, mas não me parece certo. Tem de se manter até o fim -
contestou Carlos Queiroz, técnico do Irã, apenas um dos que se manifestaram
contrários à decisão da entidade.
A
primeira torcida, portanto, será entre os europeus. Ninguém quer se mudar para
o pote 2, pois essa seleção terá, obrigatoriamente, que enfrentar um
sul-americano e outro vizinho da Europa já na primeira fase.
- É o
pior! - bradou o italiano Fabio Capello, técnico da Rússia, bem-humorado
enquanto isso é apenas uma hipótese para a equipe.
Até o
secretário geral da Fifa, Jérôme Valcke, admitiu que entender todo o mecanismo
do Sorteio Final não está entre as tarefas mais fáceis. O GloboEsporte.com
facilitou ao criar um infográfico que explica detalhadamente cada passo do
evento.
As
comissões técnicas deverão acompanhar a retirada das bolinhas com mapas em
mãos. As distâncias entre as cidades assustam. A seleção que ocupar a posição 4
no Grupo G terá de viajar por quase 5,6 mil quilômetros apenas na primeira
fase. Já o cabeça de chave do Grupo H vai percorrer menos de 700 quilômetros.
Uma diferença significativa no planejamento.
E quem já
deu tantas alegrias com os pés será responsável por decidir o futuro dos países
com as mãos. Craques eternos vão sortear as bolinhas: do capitão do penta,
Cafu, ao carrasco de 50, Ghiggia, desfilarão no palco, dirigidos por Valcke, o
francês Zidane, o italiano Cannavaro, o argentino Kempes, o alemão Matthaus, o
espanhol Hierro e o inglês Hurst.
Pelé também
vai participar, só não se sabe como. A presença do melhor jogador de futebol de
todos os tempos é um enigma. Vai haver música: Alcione, Alexandre Pires,
Emicida, Vanessa da Mata, Margareth Menezes, Olodum e a coreógrafa Deborah
Colker vão se apresentar. Enquanto a Brazuca, bola da Copa, não rola, as
bolinhas roubarão a cena.

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