Do ano 2004 pra cá, o governador Ricardo Coutinho já se aliou com
todos os partidos possíveis, faltando apenas PCO, PSOL e PSTU. Então não
existe espanto algum se amanhã Cássio Cunha Lima, Veneziano e Luciano
Agra estiverem no mesmo palanque. A aliança está para a política assim
como o oxigênio está para o seres vivos.
Segundo Alexis de Tocqueville, na política, os ódios comuns são a
base das alianças. E isso representa bem a possível aliança entre o PMDB
e PSDB. Costumo dizer que alianças e rachas acontecem de acordo com a
conveniência eleitoral do momento, onde os campos em disputa, que
geralmente se dividem em oposição e situação, tendem a relevar conflitos
menores em prol de um objetivo comum.
Cássio e Veneziano têm o mesmo
entendimento; o governo é ruim e precisa ser substituído. Caso o governo
estivesse bem avaliado, certamente o senador tucano manteria a aliança,
pois não estaria frustrando o seu eleitorado e muito menos arriscando
ser derrotado pela primeira vez na política.
Fazendo uma analogia no campo pessoal, François de La Rochefoucauld diz: “O
que os homens chamam de amizade nada mais é do que uma aliança, uma
conciliação de interesses recíprocos, uma troca de favores. A realidade é
um sistema comercial, no qual o amor de si mesmo espera recolher alguma
vantagem.” Sendo assim, os interesses recíprocos e a troca de favores
representa a base dessa aliança. Cássio e Veneziano se ajudam. Um vai
para o Senado e outro para o governo.
Já dizia o velho Ulisses Guimarães que, em política, nunca devemos
estar tão distante que não possa se aproximar, nem tão próximo que não
possa se afastar. Pensando assim que o senador Cássio sempre dosou suas
alianças e críticas, evitando levar debates para o lado pessoal.
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