Marcelinho Paraíba já tinha fama de ser bom de passe. De armar bem as
jogadas. E de finalizar em gol como poucos. Nesta segunda-feira, mostrou
que também é bom de drible. E o alvo, desta vez, foi o Campinense e o
presidente raposeiro William Simões. Porque 32 dias depois de ter
garantido que estava fechado com o Rubro-Negro e 28 dias depois de ter
voltado atrás alegando que o seu clube, o Inter de Lages, tinha vetado a
transferência, o atleta foi anunciado como novo jogador do arquirrival
Treze.
E o drible foi com requinte de crueldade. O jogador entrou na justiça
do trabalho da Paraíba, conseguiu uma liminar lhe liberando de seu
contrato com o clube catarinense e logo em seguida se apresentou para
treinar no Galo, que iniciou sua pré-temporada hoje.
A mudança
não é pequena. Marcelinho Paraíba iniciou sua carreira no Campinense,
onde conquistou seus dois primeiros títulos da carreira: os campeonatos
paraibanos de 1991 e 1993. E ao longo de sua trajetória, em que passou
por clubes como Grêmio, Flamengo, São Paulo, Olympique de Marseille, Hertha Berlin, Wolfsburg, Sport e seleção, sempre
disse que iria encerrar sua carreira na Raposa, onde tudo começou. Tem
mais: Pedro Cangula, o pai de Marcelinho, é um dos maiores ídolos e um
dos maiores goleadores da história raposeira. Parecia, enfim, que o meia
cumpriria sua promessa agora em 2017. Chegou a ser apresentado como a
principal contratação do Campinense para o ano que vem, mas nesta
reviravolta surpreendente acabou no maior adversário do Rubro-Negro.
Na ação judicial movida contra o Inter de Lages, inclusive, o atleta
alegou nominalmente que queria a rescisão justamente por já ter
negociado contrato com o Alvinegro, e que este só não tinha sido fechado
ainda por causa da demora do clube catarinense em liberá-lo.
Na
decisão, a juíza Maria Iris Diógenes Bezerra justificou a liminar
dizendo que “a parte reclamada (no caso o Inter de Lages) não vem
cumprindo as suas obrigações trabalhistas, a exemplo do recolhimento dos
depósitos fundiários”, mas que o clube insistia na “reprovável prática
de impedir a transferência de seus antigos jogadores por longo tempo, na
tentativa de conseguir algum retorno financeiro”.
Comemorando a contratação, o dirigente Fábio Azevedo disse que a
liminar tem efeito imediato e que por isso Marcelinho Paraíba já é
jogador trezeano.
Fábio, inclusive, mudou drasticamente o
discurso dos últimos tempos, quando ele garantia que não existia nenhum
diálogo entre clube e jogador.
- Vínhamos conversando com o
jogador e definindo os detalhes. Faltava uma liberação do clube que
detinha os direitos federativos de Marcelinho, mas a liminar resolveu
isto. Marcelinho Paraíba já está treinando com o grupo – explicou.
Fonte: Globo Esporte
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