O primeiro São João na roça, como uma grande festa popular, foi
realizada em junho de 1942, por iniciativa do então prefeito, Dr.
Hercílio Rodrigues, que contou com a animada adesão da sociedade local.
Esta festa, até hoje, preserva a tradição de músicas, danças, folguedos e
comidas típicas, que fazem parte do rico folclore nordestino.
A programação daquele São João na Roça apresentou várias
atrações típicas. Dentre elas, o casamento caipira, ou casamento
matuto, com os jovens Maria Helena de Souza e João Alfredo, fazendo os
papéis de noiva e noivo.
É interessante registrar que, a princípio foi difícil
encontrar uma moça que aceitasse ser a “noiva”, pois havia o receio de
ficar falada e até mesmo a superstição de que sendo noiva de mentira,
jamais seria de verdade, ficando solteira para o resto da vida: uma
grande preocupação das mulheres daquela época. Só depois que a bela
jovem de 16 anos aceitou fazer a encenação e casou-se em seguida, na
vida real, é que as outras moças concordaram em representar este papel
nos anos seguintes.
Os noivos entraram na cidade acompanhados de um cortejo de 25
carros-de-bois, conduzindo os “nubentes”, padrinhos e convidados, todos
vestidos à moda antiga ou caipira. Os carros, enfeitados com
bandeirolas de papel colorido, foram preparados para aumentar o seu
melancólico “gemido” que, juntamente com o som das concertinas, deram o
tom da festa. O cortejo parou no mercado, onde se realizou o casamento.
A seguir, foram realizadas danças, como: quadrilhas, Camaleão,
Coco-de-roda, Xote e Araruna.
No pátio do mercado, onde queimava uma enorme fogueira,
foram soltados fogos e balões. Ali foi hasteada a bandeira de São João e
colocadas mesas com comidas e bebidas regionais, oferecidas
gratuitamente ao povo que participava da festa. Adivinhações foram
feitas para animar, principalmente as moças, que queriam saber do
futuro. O bolo dos noivos foi preparado com uma aliança, um dedal e uma
cruz dentro da massa. Quem encontrasse a aliança, até o próximo São
João estaria casada. Encontrando o dedal, ficaria para “titia”, e o
crucifixo, indicaria que o seu ganhador entraria para o convento. Todos
ficavam na maior alegria e expectativa.
Fonte: Blog Cultura de Santa Luzia
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