quinta-feira, 30 de junho de 2011

Traição à vista? Maranhão diz a Cícero que só abre mão de ser candidato em favor do tucano e deixa Manoel Jr desconfiado

Lealdade tem limite. A velha e heróica máxima “ao Rei tudo, menos a honra” ensina que este limite está exatamente marcante na impossibilidade de servir sem ser recompensado com o mínimo de respeito.
 
Trabalhando diuturnamente pra ser o candidato do PMDB a prefeito de João Pessoa, o deputado federal Manoel Júnior está vendo esse limite ser rompido. E por um dos seus maiores líderes políticos, o ex-governador José Maranhão.
 
Matreiro como sempre, a velha raposa parece ignorar, mais uma vez e solenemente, a pretensão de Manoel Júnior em construir uma candidatura competitiva para tirar Luciano Agra da prefeitura.
 
Confidenciou ao senador Cícero Lucena, presidente do PSDB paraibano, que só abrirá mão de ser candidato a prefeito de João Pessoa se for em nome da candidatura do tucano.
 
A confidência chegou aos ouvidos de Júnior, que acendeu a luz vermelha da lealdade. Em 2004, então deputado estadual, ele ensaiou a disputa pela prefeitura de João Pessoa. Por decisão de Maranhão, acabou compondo com Ricardo Coutinho e virando vice.
 
Em 2010, quis ser senador. Nas pesquisas, tinha mais voto que Wilson Santiago. De novo, foi preterido. Nunca reclamou. Sempre se sentiu satisfeito no grupo onde estava. E até prestigiado. Fazia tudo em nome do grupo e em nome do chefe.
 
Agora, viu um cenário favorável para o seu projeto. De fato, é um nome promissor dentro do PMDB, apesar de não ter nem de perto o peso eleitoral que o próprio Maranhão tem pra ostentar numa eventual disputa para prefeito de João Pessoa.
 
Mas o próprio Manoel Júnior declarou que não iria bater chapa com Maranhão, caso o ex-governador quisesse ser o candidato a prefeito.
 
Agora, uma coisa é abrir mão para um nome forte do PMDB. Outra coisa é ver o próprio comandante articular em favor da candidatura de um general de um exército distinto.
 
Pode-se, inclusive, dizer tudo de Manoel Júnior. Menos que ele nunca esteve com Maranhão nos melhores e piores momentos da vida do ex-governador.
 
Sabe-se que há dias Júnior quer mostrar e discutir dentro do PMDB uma pesquisa eleitoral  que aponta uma rejeição de mais de 30% de Maranhão em João Pessoa. Fato que na visão dele dificultaria o embate com Luciano Agra.
 
Com pouco voto, mas com pouca rejeição, Júnior considera que a combinação voto e rejeição deve ser levada em consideração na escolha do candidato.
 
Só não vai aceitar ser traído de forma descarada dentro da própria casa.
 
Como disse, lealdade tem limite.

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