As chuvas do último fim de semana
foram recebidas com muita festa na Paraíba, apesar disso, ainda não
foram suficientes para mudar a realidade do Estado. Desde a última
sexta-feira até ontem choveu 4.043,8 milímetros em 114 municípios, onde
foram registrados os índices pluviométricos pela Agência Executiva de
Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa). Estão em situação crítica,
12 açudes, que apresentam capacidade total abaixo de 5%.
A chuva foi bem-vinda em municípios
da região sertaneja, uma das mais castigadas pela estiagem, desde o ano
passado. Contudo, a água ainda não foi suficiente para influenciar no
volume dos principais açudes do Estado.
O açude São José IV, localizado em
São José do Sabugi, no Sertão do Estado, por exemplo, continua com sua
capacidade (554.100 m³) reduzida a zero. Além dele, mais outros onze
mananciais estão em situação crítica e mais 28 reservatórios em
observação, com menos de 20% de seu volume total.
Este é o caso do açude Emas,
localizado no município de mesmo nome, também no Sertão, que tem mais de
dois milhões de capacidade, mas está apenas com 10,6% de volume total. A
cidade de Emas teve um dos maiores registros de chuva no último fim de
semana na Paraíba, com 103,3 mm.
Dos 121 açudes monitorados pela
Aesa, nenhum está sangrando. No manancial Epitácio Pessoa (em
Boqueirão), que abastece Campina Grande, o volume está em 56% de sua
capacidade total, mais de 411 milhões de m³. Na cidade, a quantidade de
chuvas não foi significante, apenas 2,8 m³ de água, nos últimos quatro
dias.
Conforme os dados da Aesa, o
município que mais registrou chuvas foi Riacho dos Cavalos, com 191,5
mm, da última sexta-feira até ontem; seguida de Catolé do Rocha, com
155,4 mm, e Catingueira, com 114,5 mm, todas na região do Sertão. De
acordo com o gerente regional da Aesa, Isnaldo Cândido, apesar do
registro de chuvas em muitas cidades paraibanas, a quantidade de água
ainda é insuficiente para influenciar no volume dos mananciais do
Estado, por causa da grande capacidade de armazenamento. “A terra ainda
está muito seca e dependendo do local onde a chuva caiu, a água primeiro
vai molhar a terra e depois haverá o seu deslocamento até chegar ao
manancial”, informou.
ESTRAGOS
Apesar
de não ter sido significativa para os açudes, moradores de várias
cidades enfrentaram alguns contratempos ocasionados pelas chuvas.
Em Patos, onde foi registrado 9,5 mm
de chuva apenas no último sábado, houve destruição de uma casa e vários
alagamentos. Em Catolé do Rocha, o teto e a parte da parede de uma
residência desabaram com as chuvas.
Em Sousa, a água invadiu várias casas e uma pequena barragem, localizada no sítio Caiçara, voltou a sangrar.
Conforme a mateorologista da Aesa,
Carmen Becker, de acordo com a previsão, mais chuvas virão nos próximos
dias, inclusive nas regiões do Sertão, Curimataú e Cariri, quando será
iniciado o seu período chuvoso. “Por enquanto são chuvas isoladas, mas
em março, a previsão é que as chuvas aumentem e se tornem mais
frequentes”, informou. A previsão para hoje é de nebulosidade variável,
podendo ocorrer chuvas isoladas em todas as regiões do Estado. Na região
de Campina Grande (Agreste), a temperatura varia entre 21º e 32º.
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