quarta-feira, 25 de maio de 2016

Padre que trabalhou em Santa Luzia poderá ser beatificado

Representantes da Comissão para Causa dos Santos, do Vaticano, estão desde o último sábado (21/04) na Diocese de Guarabira para reunir documentos para o processo de beatificação do Padre Ibiapina. 

Os frades Paolo Lombardo e Paolo Vilotta passarão dez dias em Guarabira  para ouvir testemunhas, relatos de cura, padres, religiosos e leigos, além de analisar documentos e conhecer a devoção vivenciada no Memorial do Padre Ibiapina, em Santa Fé (distrito pertencente à Solânea).

No último domingo, a comissão, juntamente com o Bispo Diocesano, Dom Lucena, e alguns leigos, participaram da exumação dos restos mortais do padre que estavam sepultados no Memorial Pe. Ibiapina em Santa Fé. A segunda e terça-feira foram dedicadas às entrevistas e coleta de documentos.

A PASSAGEM DO PADRE IBIAPINA EM SANTA LUZIA

Em Santa Luzia há uma rua e um açude que recebem o nome de Padre Ibiapina. Isto se deve à sua passagem pela cidade entre os anos de 1862 e 1875. No primeiro ano de sua visita, o Padre criou a Casa da Caridade cuja função era receber as órfãs da cidade assim como as pessoas excluídas. No ano de 1863 o Padre deu início à construção do açude (Açude Velho) que durante muito tempo abasteceu a cidade e que hoje está poluído e com pouca água. 

A IMPRESSIONANTE TRAJETÓRIA DO PADRE IBIAPINA
 
José Antônio Pereira Ibiapina nasceu no dia 5 de agosto de 1806, em Sobral, Ceará, filho de Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria de Jesus. Em 1823 ingressa no seminário de Olinda, mas, com o assassinato de seu pai precisou voltar ao Crato para cuidar dos negócios da Família.  Em 1828 retorna ao Seminário em Olinda ao mesmo tempo em que inicia seus estudos na Faculdade de Direito. Saindo do seminário, vai ser professor de direito no Ceará. Chegou a namorar e noivar com uma moça do Crato, porém, a moça acaba se casando com outro homem. Em meio a esta decepção, Ibiapina é eleito deputado geral e vai representar o Ceará na Câmara Federal.

Em 1834 é nomeado juiz de direito na comarca da cidade que hoje é Quixeramobim, onde fica apenas três meses, mas se destaca por decisões proferidas em favor dos pobres. Após a saída da magistratura volta a exercer a advocacia no Recife.

Entre 1838 e 1840, Ibiapina mantém um escritório de advocacia em Pernambuco. Por uma decepção ele resolve abandonar a profissão de advogado. Em 1850 entra em um período de vivência espiritual profunda. Procura o bispo Dom João da Purificação e consegue passar por um processo muito rápido de ordenação. Em 11 de junho de 1853 recebe a ordem do diaconato, e a ordenação sacerdotal ocorreu no dia 3 de julho deste mesmo ano, o que foi um processo muito rápido e, portanto, especial. 

Em 1854 foi nomeado professor de Eloquência Sagrada, História Sagrada e Eclesiástica no Seminário. Porém, em 1855 vem para a Paraíba e dá início a um trabalho missionário pelas cidades do interior nordestino promovendo caridade. Foram mais de 20 casas construídas, além de hospitais, cemitérios, escolas e açudes.

Em 1875, após visitações, o padre Ibiapina fica paralítico e, como a regra de então proibia os padres de celebrarem sentados, o padre ficou sem exercer esta atividade de seu ministério.

Em 19 de fevereiro de 1883, logo cedo pela manhã, o padre Ibiapina tem uma visão de Maria no Céu. Disse a uma beata que o acompanhava: - "Lá está Maria"! Recebeu a extrema unção e cantou baixinho uma canção "O Salutaris Hostia". Dizem relatos que, por volta das 3h00 da tarde o padre faleceu mantendo um sorriso no rosto.
Informações: Pascom de Guarabira

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