A Polícia Federal deflagrou a Operação “Dublê” nas primeiras horas
desta sexta-feira (4) contra o desvio de mais de R$ 5 milhões em
recursos dos cofres municipais, apurado durante investigações de suposto
esquema de falsificação de notas fiscais. A ação teve inicio na Capital
com investigação ao Escritório Iramirton Sátiro Assessoria e Projetos,
que fica localizado na Avenida Coremas, no Centro, em João Pessoa.
A empresa seria especializada em “Emendas no Orçamento Geral da
União". Vários documentos já foram apreendidos no local por agentes da
Polícia Federal.
A operação também está sendo executada em municípios do Sertão
polarizados por Patos. Dois prefeitos já foram presos. Entre eles, José
Edivan Félix (PR), do município de Catingueira.
Objetivo
O objetivo da Operação “Dublê” é desmantelar quadrilha que desviou
aproximadamente R$ 1,5 milhão de verbas da saúde, R$ 1 milhão de
educação e ação social e R$ 2 milhões de verbas de desenvolvimento rural
e infra-estrutura urbana.
A operação consiste no cumprimento de 41 mandados judiciais: 27 de
busca e apreensão, 08 de prisão temporária e 06 de condução coercitiva,
além do afastamento de prefeitos e secretários municipais.
Durante a investigação, verificou-se manifesta confusão entre o
patrimônio público e o privado, sendo usadas verbas públicas para uso
próprio de prefeitos e secretários municipais. As cidades chamaram
atenção do Tribunal de Contas do Estado que promoveu fiscalização após
constatar saldo a descoberto na tesouraria de ambas em valor superior a
um milhão de reais.
Esquema para o desvio
O desvio ocorria da seguinte forma: com o recebimento das verbas nas
contas das Prefeituras dos diversos programas (Programa de Erradicação
do Trabalho Infantil e PROJOVEM - vinculados ao Fundo Nacional de
Assistência Social - FUNDEF, SUS, PAB, FPM, ICMS e convênios), os
valores eram sacados em favor da tesouraria da prefeitura e,
posteriormente, com a necessidade de comprovar as despesas perante os
órgãos de fiscalização, processos inteiros de licitação eram montados e
eram lançados empenhos fictícios, com notas fiscais clonadas.
As pessoas presas hoje serão indiciadas e responderão, na medida de
suas responsabilidades, pelos crimes de responsabilidade de prefeitos
(art. 1º, I Decreto-lei 201/67), fraude a licitação (art. 90 da Lei n.
8.666/93), falsidade ideológica (art. 299, CP) e quadrilha (art. 288,
CP).
Os resultados da Operação “Dublê” serão divulgados durante uma
coletiva de imprensa, às 10h30, na Delegacia da Polícia Federal, que
fica localizada na cidade de Patos.
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