Processo de beatificação de Frei Damião segue para Roma no mês de junho.
Um homem de fé, que levou uma vida de doação
de si em prol dos necessitados. Assim foi a trajetória de Frei Damião
de Bozzano, que viveu 66 anos de missões na região do Nordeste
brasileiro. Diante de sua fama de santidade, foi aberto o pedido para
que o frei seja beatificado. Com o término da fase diocesana do
processo de beatificação no último domingo, 27, a expectativa para a
aprovação da Santa Sé aumenta, principalmente entre os nordestinos, que
puderam acompanhar de perto a obra de Frei Damião.
A
abertura oficial do processo de beatificação do frei foi no dia 31 de
janeiro de 2003. Desde então, o vice-postulador da causa aqui no
Brasil, frei Jociel Gomes, vem trabalhando na chamada fase diocesana, em
que se faz o levantamento de documentos sobre a vida do candidato a
beato e se colhe depoimentos que comprovem a prática das virtudes
cristãs.
“Recolhemos toda a documentação pessoal, escolar, religiosa,
também tudo aquilo que foi escrito pelo Frei Damião. Também escutamos
os testemunhos de pessoas que o conheceram de perto, conviveram com ele
e puderam dar um testemunho, principalmente acerca daquilo que a
Igreja pede para o processo de beatificação e canonização que são as
virtudes: a fé, a esperança e a caridade”, explicou o vice-postulador.
Para Frei Jociel, essas três virtudes resumem os fatores que
agregaram a frei Damião a fama de santidade.
“Frei Damião era um homem
de muita fé, por causa da fé ele deu a sua vida. Eu sempre digo que Frei
Damião foi um homem movido pela fé. Pela fé ele viveu pela fé ele se
doou”, disse.
Ele contou ainda que o povo nordestino sempre viu em Frei Damião
uma voz de esperança e revelou outra grande característica do candidato
a beato que pode ser modelo hoje: o dom da escuta.
“Dentro desses 66 anos, Frei Damião confessou uma imensidão de
gente. Alguns que conhecem a vida de santos e de missionários dizem que
ele confessou até mais do que Padre Pio. E uma escuta não só dos
pecados, mas uma confissão que às vezes também se tornava
aconselhamento. Frei Damião parava para escutar as dores e alegrias, a
partilha desse povo sofrido”, informou.
A solenidade de encerramento da fase diocesana foi presidida pelo
arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, no Convento de São
Félix, onde Frei Damião foi sepultado. Como tudo foi feito de acordo
com as devidas orientações, frei Jociel acredita que a causa será de
fato aceita pela Santa Sé. “No coração do nordestino, Frei Damião já
tem um altar, mas a santidade dele precisa realmente ser reconhecida
pela Igreja”.
Frei Jociel também informou que, quando esteve em Roma, em
fevereiro, ficou sabendo que lá na apostulação geral existe uma grande
ansiedade pela chegada do processo de Frei Damião. Se o processo for
entregue em junho, seguindo o prazo, em cerca de dois anos a Santa Sé
deve dar uma resposta.
Tal retorno está sendo esperado ansiosamente aqui no Brasil. Frei
Jociel se diz impressionado com o interesse de pessoas do país inteiro
na causa de Frei Damião. Ele informou que já existe uma pesquisa acerca
dos possíveis milagres que o frei tenha realizado e que ele está
acompanhando cinco casos em especial. Saindo a beatificação, já existe a
intenção de entrar com o pedido de canonização.
O Vice-postulador citou ainda o papel dos meios de comunicação,
que lá no Nordeste têm anunciado constantemente novidades sobre o
processo. “Os meios de comunicação já noticiam tanta coisa negativa
então colocar para o Brasil, para outras regiões este testemunho de
santidade de Frei Damião como um farol é algo bom a ser transmitido e a
gente não pode esquecer essa memória”, finalizou.
Frei Damião de Bozzano nasceu na Itália em 1898. Aos 33 anos,
deixou o país e veio ser missionário no Nordeste do Brasil, onde teve
como primeira residência o Convento de Nossa Senhora da Penha. Viveu 66
anos para realizar as “santas missões”, estilo próprio que encontrou
para evangelizar. Dedicou sua vida à pregação, à confissão, à
celebração da Eucaristia e ao convite para uma conversão e mudança de
vida. Já com a saúde debilitada, Frei Damião faleceu no dia 31 de maio
de 1997, aos 98 anos, após sofrer um derrame cerebral no Real Hospital
Português do Recife. Seus restos mortais repousam numa capela especial,
dedicada à N. Sra. das Graças, no Convento de São Félix de Cantalice,
onde viveu seus último dias.
Fonte: Gilberto Martins
realmente, Frei Damião merece ter o reconhecimento da Santa Sé e ser beatificado. Mais ainda o povo fervoroso do Nordeste do Brasil merecem,
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