Foi
realizado no último dia 26 de Dezembro de 2012 o Torneio “Antônio Ivo de
Medeiros”, em comemoração aos 50 anos de fundação da Liga Santaluziense de
Futebol de Botão. Os oito participantes que fizeram parte do mesmo foram
botonistas campeões de várias épocas e convidados; dentre eles: Tales Bruno,
Hugo leão, Vinício Nóbrega, Flávio Robson, Iremar, Márcio, Elisiário e
Joãozinho. Onde se sagrou campeão Tales Bruno, numa final bastante prestigiada,
seguida de uma recepção na própria casa do fundador-presidente, Hipólito
Martins de Medeiros.
Flávio
2x1 Joãozinho Semifinal Final
Elisiário
5x6 Tales Tales 7x6
Vinício
Vinício
2x2 Iremar (pen. 4x3)
A
referida Liga é bastante reconhecida em toda região do Vale do Sabugi e seus
participantes almejam reconhecimento nacional, por parte da Confederação
Brasileira de Futebol de Mesa. Já que, há muito tempo, vem sendo um dos
esportes mais praticados na cidade. Segue um breve relato da nossa fundação,
contada pelo seu fundador.
Quando
nos meus oito ou nove anos de (1942 – 1943), passei a morar no centro da cidade
(Av. José Américo, 11), fui conhecendo novas brincadeiras, novos colegas,
lugares novos para a diversão; onde o preferido era a pracinha central do
comércio. Lá existia um coreto de concreto armado, seu piso era cimentado e bem
lisinho, ideal para travessuras da criançada. Foi lá que vi, pela primeira vez,
o Futebol de Botão; com áreas demarcadas pelo giz escolar, o goleiro era uma
caixa de fósforos, as barras eram duas pedras e não havia travessão. A pelota
era um pequeno fruto de fícus (árvore ornamental de grande porte, utilizadas
nas praças e vias públicas). Pela falta
do travessão as dúvidas eram recorrentes e anulação dos gols era motivo de
brigas entre os praticantes. Como também não tínhamos como marcar o tempo dos
jogos, os mesmos eram determinados pela quantidade de gols, fato este que
levava, muitas vezes, as partidas entrarem pela noite sem finalizar.
Antes
de 1945 conheci um time de Futebol de Botão (sic), fabricado especialmente para
esta finalidade, acondicionado em uma caixa contendo dez jogadores, outro maior
(goleiro), uma ficha para impulsionar a pelota (botão pequeno) e uma trave de
arame com filó. Tinha sido um brinde que meu colega Ernani Pessoa Filho (
Nandinho) recebera patrocinado pela indústria Palmolive, que presenteava
aquelas pessoas as quais participavam de uma determinada promoção de sabonetes.
Nesse mesmo ano fui trabalhar numa loja na qual se vendia de tudo, até botão
para roupa. Nas horas vagas e quando o proprietário não estava chamava um
colega Nezinho Ricarte (Brejeiro) e formávamos sobre o balcão de vendas um
campo de futebol; jogando, em seguida, com botões novos retirados das caixas.
Continuando
com a intenção de organizar a brincadeira, conseguir velhos botões que a minha
mãe guardava numa latinha de manteiga, e assim formei o meu primeiro time de
Futebol de Botão; onde num campo de papelão, com as traves de madeira, fomos
aperfeiçoando e jogando o nosso Esporte favorito. Jogávamos também sobre as
mesas domésticas, nas casas dos vizinhos e sempre melhorando as condições do
jogo.
Já
por volta de 1950 confeccionei o primeiro campo em madeira compensada de 3 mm,
com proteção de moldura; porém durou
pouco tempo, devido a sua pouca espessura que o deixava deformado. Um ano
depois encomendei outro campo, desta vez com madeira mais resistente ¾”;
colocadas tábuas de mangueira e com um sarrafo de proteção. Nesse, colocamos um
forro com encerado pelo avesso, flanelado, o que permitia um melhor domínio da pelota (uma esfera de
cortiça), aonde aconteciam jogadas com efeitos, como se vê em jogos de bilhar.
Ainda, nesse mesmo campo, para evitar dúvidas quanto aos gols passamos a adotar
uma abertura dentro do gol (abaixo da rede) e com uma gavetinha onde a pelota
cai para a confirmação do “tento”. Com este campo jogamos toda a década de 50 e
início da próxima, realizando vários torneios; porém sem nada em disputa. Em
1965 confeccionamos o nosso atual campo em Duratex de 10mm , com sarrafo de
proteção revestido em fórmica branca marmorizada e em mesa própria desmontável.
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