O superintendente do SEBRAE/PB, Júlio Rafael, teve morte cerebral
confirmada no fim da manhã deste domingo (02), em São Paulo, no Hospital
Sírio Libanês, onde estava internado. Apesar dos órgãos ainda
funcionarem o quadro é irreversível.
Júlio Rafael estava desde o dia 17 de abril no hospital após ter
problemas na respiração e fala durante um evento realizado pelo Sebrae
em São Paulo.
Ele foi levado às pressas para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Sírio Libanês e foi submetido a uma série de exames,
mas somente na quarta-feira que os médicos divulgaram o boletim com o
diagnóstico. No dia 25 ele foi submetido a uma cirurgia para retirar um
nódulo na cabeça. Além disso, por duas semanas, ele passou por
tratamento de radioterapia devido a um tumor no pulmão.
No dia 08 de maio Júlio deixou a UTI, mas continuou internado no hospital para tratamento do câncer.
O Ministro Alexandre Padilha, assim como o presidente
nacional do PT, Ruy Falcão, o ex-ministro José Dirceu, o governador
Ricardo Coutinho, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, dirigentes
e técnicos do Sistema SEBRAE do Brasil, além de familiares e amigos
deram apoio na recuperação de Júlio Rafael, mas ele veio a falecer neste
domingo.
Familiares e diretores do SEBRAE têm mantido contatos para providências
para liberação do corpo e traslado, depois do laudo final dos médicos. O
conselheiro federal do Sistema, Gilberto Barbosa, chefe de gabinete em
Brasilia foi acionado neste domingo em São Paulo, onde se encontra, para
gerar as medidas necessárias.
Segundo o diretor do SEBRAE/PB, Ricardo Madruga, "infelizmente estamos diante de uma realidade irreversível, conforme nos informou Ana Adelaide com a confirmação de morte cerebral pelos médicos".
PERFIL PELO PRÓPRIO JULIO
Na Internet, Júlio Rafael postou a sua própria biografia, que reproduzimos na integra a seguir:
"Sou do século passado. Do tempo de acompanhar copa do mundo via rádio.
Ainda lembro, moleque, na Av Rio Branco (Campina Grande) torcendo pela
seleção brasileira no jogo contra a Checoslováquia. Radinho de pilha no
ouvido. Não lembro “a marca”.
O a O. Com Pelé saindo de campo contundido.
Cheguei por Campina Grande, oito anos antes destas lembranças. 1954, na
Casa de Saúde de Dr Brasileiro. Sensação era a seleção húngara, com o
capitão Puskás. Pobre Hungria perdeu a copa para a Alemanha e dois anos
depois foi invadida pelos soviéticos, num dos maiores crimes cometidos
pela “mundiça” que se arvorava defensora do socialismo.
De lá prá cá, muito tempo passou e muita água rolou. Espero no tempo
futuro ir aos poucos contando um pouco deste passado. Tem muita história
e estórias muitas também.
Aquela “mundiça” defensora do socialismo jaz apodrecida na lata de lixo
da história, com algumas viúvas alegres ainda perambulando por aí.
Nos tempos presentes estou superintendente do SEBRAE – Paraíba, e há
muito envolvido no espaço da política partidária. Petista deste os
tempos do movimento pró- PT, e militante dedicado para com esta
construção que é uma das coisas generosas que a sociedade brasileira
lega a posteridade.
Neste tempo de passagem de século, cursei economia,
estudei um pouquinho mais sobre história econômica da América Latina,
tentei fazer mestrado em ciência política, fui vereador, andei muito por
este Brasil afora, Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso e São Paulo,
voltei para minha Paraíba nos finais dos anos 8O.
Os governos militares já eram coisa do passado, aqui participei das
primeiras eleições presidenciais que a turma da minha geração em diante
participou. Coordenei a campanha do Lula Lá. Foi muito bacana.
Por aqui, casei com uma mulher extraordinária com quem compartilho casa, alegrias, tristezas e dois “gatos”, Lucas e Daniel.
São muitas histórias e estórias muitas que vivi. Democrata e teimoso
continuo andando pela margem esquerda da política e acreditando que o
bom cabrito é aquele que berra, para desafinar o coro dos contentes com a
desigualdade, com as injustiças, com a agressão ao mundo e a natureza e
com todas as formas de opressão".
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