A informação
teria colocado de sobreaviso a cúpula da Segurança Pública já que os
rumores foram detectados e a predisposição da tropa para a greve branca
já se alastra por todas as unidades da Polícia Militar. Além do reajuste
ficar muito aquém do que esperava a corporação, o fato do seguro de
risco de vida não ter sido acrescido aos salários estimulou os militares
a se limitarem ao registro das ocorrências.
Nas rodas
dentro dos quartéis, na conversa das guarnições distribuídas pelas ruas,
o tema é um só: ninguém vai se expor ao tiroteio com bandidos, quando
se sabe que, quem se ferir vai para casa ou para o cemitério com 40% a
menos nos vencimentos, deixando a família em estado de penúria.
Ninguém
confirma esses rumores oficialmente, nem mesmo as entidades
representativas dos policiais comentam os rumores de greve branca, mas
lideranças como coronel Maquir, presidente da Caixa Beneficente,
reconhece e compreende o desestímulo da tropa. “Ninguém pode esperar de
um policial que não tem garantia de que seus vencimentos vão permanecer,
caso vá para a inatividade, que ele vá trabalhar nas ruas, enfrentando
marginais superiormente armados de peito aberto. Quem acredita nisso é
antes de tudo um irresponsável”, detona o coronel.
O carnaval do
ano passado já foi o mais violento do período de Ricardo Coutinho,
quando 33 pessoas morreram em todo estado, sendo que 19 na região
metropolitana. Diante do clima instalado de revolta aguarda-se com
expectativa e temor que o de 2014 supere em números o de 2013.
Um dos que
sinalizam para essa apatia da tropa é o coronel Jarlon Cabral que, em
carta aberta alertou para essa possibilidade de greve branca e lamentou
que o Governo irresponsavelmente não respeite a Lei e não oficialize
aquilo que é direito do policial. “Qualquer aumento da violência no
Estado, principalmente no período carnavalesco é da inteira
responsabilidade do governador e do comandante geral”, dispara o coronel
da ativa.
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