Em nota oficial divulgada na noite desta quinta-feira (24), a coligação
“A Vontade do Povo”, encabeçada pelo senador e candidato a governador
Cássio Cunha Lima (PSDB), se manifestou sobre a denúncia de crime
eleitoral formulada pela assessoria jurídica da coligação “A Força do
Trabalho”, do governador e candidato à reeleição, Ricardo Coutinho
(PSB).
A nota informa que em nenhum momento há a comprovação da participação de
Cássio no esquema e ainda questiona a realização da gravação telefônica
ter sido feita por um ex-secretário de Ricardo Coutinho.
Veja a nota na íntegra:
NOTA OFICIAL
A coligação do governador do Estado convocou uma entrevista
coletiva nesta quinta-feira para confessar à Paraíba a farsa em que o
agente político Sales Dantas, ex-secretário e eleitor de Ricardo
Coutinho, se faz passar por um servidor do gabinete do senador Cássio
Cunha Lima para comprar o apoio
de prefeitos do interior. No alegado áudio, que em momento algum foi
apresentado à imprensa, não há, segundo os próprios acusadores, nenhuma
fala do senador Cássio nem de qualquer assessor seu, mas apenas a
encenação grotesca montada por Sales Dantas, cujo passado e prática os
paraibanos já conhecem à exaustão. Em respeito à Paraíba e à verdade, a
Coligação A Vontade do Povo divide com os paraibanos as seguintes
reflexões e decisões:
- É absolutamente estranho que a única prova da suposta compra de
prefeitos seja a farsa montada por um ex-secretário de Ricardo Coutinho.
Ele se faz passar por um assessor de Cássio, mas nem assim consegue
qualquer incriminação do senador.
- Mais estranho ainda, é a postura de determinados setores que, sem
qualquer base, sem apoio nem mesmo na versão governamental da suposta
gravação, acusam o senador Cássio de tentar cooptar e comprar prefeitos.
A argumentação apresentada é ainda mais grotesca: "Esse prefeito aderiu
a Cássio sem ter feito nenhuma crítica administrativa ao governo".
- A postura do governador, nesse episódio, apenas repete uma rotina de
desrespeito às pessoas, de intolerância à crítica e a qualquer
discordância. Na ótica autoritária e presunçosa do governador, os
prefeitos que não o seguem estão sendo comprados. O que dizer, então, da
maioria esmagadora dos paraibanos, que, segundo repetidas pesquisas de opinião pública, tem revelado uma clara rejeição à reeleição do atual governador? Quem terá comprado mais de um milhão de eleitores?
- Quase todos os sindicatos ligados ao funcionalismo estadual, quase todo o movimento social são hoje críticos ferrenhos do governador do Estado. Quem os terá comprado?
- Grande parte dos amigos e colaboradores de primeira hora do governador são hoje adversários dele. Quem os terá comprado?
- Em seu isolamento político, o governador não percebe que a opção
eleitoral registrada nas pesquisas é fruto da repulsa ao autoritarismo, à
perseguição aos servidores, à recusa ao diálogo, ao clima de conflito
permanente e crescente instaurado no Estado. Os paraibanos não estão à
venda. Em sua altivez, a Paraíba sempre soube repelir ameaças
implícitas, intimidações explícitas e o terror político e
administrativo, parta de onde partir.
Diante do absurdo das acusações e insinuações dos empregados do
governador do Estado, a coligação A Vontade do Povo apela, por todos os
meios, ao Ministério Público Eleitoral, à Justiça Eleitoral e à Polícia
Federal para que apurem, em toda a sua extensão e profundidade, o
processo eleitoral da Paraíba, cuja absoluta transparência e lisura
defendemos e exigimos.
Episódios como esse, infelizmente, já são conhecidos na Paraíba. Às
vésperas da eleição municipal de 2008, o então candidato a prefeito de
João Pessoa, Francisco Barreto, concorrente de Ricardo Coutinho ao mesmo
posto, foi acusado de receber dinheiro de Cícero Lucena para atacar o
prefeito de então. A inverdade foi espalhada, coincidentemente, pelo
mesmo notório Sales Dantas. Dois anos depois, a Justiça condenou todos
os autores da infâmia.
A Coligação A Vontade do Povo lamenta a leviandade de acusações
absurdamente inconsistentes e inverídicas, que só a subserviência de
alguns e a irresponsabilidade de outros permitem ecoar com ares de
veracidade, mesmo subvertendo por completo a compreensão de que, quando
há cooptação de lideranças políticas, elas partem dos governos, jamais
das oposições. A Coligação A Vontade do Povo entende, por fim, que essa
farsa montada diante da Paraíba é uma confissão explícita de desespero
político: eles tentam intimidar dezenas de outras adesões e abrir
caminhos para decidir no tapetão uma eleição que a cada dia lhes parece
mais difícil, remota e inalcançável. A Paraíba já decidiu que, dessa
vez, para governar o Estado, será preciso ter voto.
João Pessoa, 24 de Julho de 2014
Fonte: Assessoria
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