Maranhão
externou a intenção de visitar Ronaldo que enfrenta sérios problemas de
saúde desde o final do ano passado, guando teve agravado os problemas
respiratórios diagnosticados em junho de 2011.
“Faltou oportunidade de fazer, não por minha parte”, disse Maranhão sobre ainda não ter encontrado com Ronaldo.
De acordo com
Maranhão, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), filho de Ronaldo, teria
dito que o encontro dos ex-governadores poderia ter como conseqüência um
agravamento no quadro de saúde de seu pai.
“No estado de
saúde em que se encontra Ronaldo, um encontro desta natureza poderia
gerar reações desagradáveis ou prejudiciais a saúde do poeta”, disse
Maranhão, creditando a declaração a Cássio.
Aliados até
1998, os ex-governadores se tornaram inimigos políticos após a convenção
do PMDB que escolheu Maranhão como candidato a governador provocando a
saída de Ronaldo para o PSDB, sendo um dos mais relevantes fatos
históricos da recente política paraibana. O racha pauta a política
eleitoral do Estado até hoje, onde aliados de Maranhão são os
adversários dos Cunha Lima.
Entenda o racha que fez Maranhão permanecer no PMDB e Ronaldo migrar para o PSDB
(*Texto adaptado do Diário da Borborema)
O ambiente era de festa no clube em Campina Grande, mas ficou marcado pelo racha político que dividiu a Paraíba desde 1998
Era 21 de
março de 1998, noite de festa, de comemoração do aniversário do então
senador peemedebista Ronaldo Cunha Lima. Presentes no Clube Campestre,
em Campina Grande, cerca de dois mil convidados, dentre eles os
principais nomes do PMDB, à época detentor da absoluta hegemonia no
estado. Ninguém ali imaginava, mas aquele dia estava predestinado a
mudar os rumos da política paraibana. Ronaldo tomou o microfone,
proferiu um duríssimo discurso contra o governador José Maranhão, seu
correligionário, que exercia o primeiro mandato. Veio o rompimento das
relações, o racha no PMDB, a ruptura que, até hoje, marca o cenário
político paraibano.
Desde então,
o processo eleitoral do estado, destacadamente a corrida pelo Palácio
da Redenção, passou a figurar como reedição da disputa extravasada
naquele terceiro sábado de março. Antes, era o PMDB todo poderoso,
dominando absoluto o palco das eleições. Dali em diante, seria o
"maranhismo" contra o "ronaldismo" - este continuado pelo "cassismo.
Em 1998, no
primeiro embate, Maranhão levou a melhor. Logo após o racha, as duas
correntes foram à convenção do PMDB, para disputar a indicação do
partido para a candidatura ao governo do estado. Ronaldo perdeu,
acusações de irregularidades no processo foram propagadas, sem efeito, e
o senador migrou para o PSDB, levando seu grupo de seguidores. O
governador, tendo vencido a eleição antecipada que foi a convenção, com
caminho livre não teve adversário à altura durante a campanha,
conquistando a reeleição. Maranhismo 1 a 0.
Quatro anos
depois, sem um nome forte para enfrentar Cássio Cunha Lima, então
prefeito de Campina Grande e favorito nas pesquisas daquele momento,
Maranhão indica como candidato o vice-governador, Roberto Paulino, que
assumira o governo com o afastamento do titular para a disputa do
Senado. Apesar do favoritismo inicial do tucano, Paulino cresceu e a
disputa foi ao segundo turno, mas a reação parou ali, e Cássio acabou
eleito. Disputa empatada, 1 a 1.
Em 2006,
ocorre o esperado confronto nas urnas entre Cássio e Maranhão. Na
batalha pelos dois maiores colégios eleitorais do estado, o senador
Maranhão tinha, ao seu lado, a força do maior, João Pessoa, mas, o
governador Cássio contou com uma maioria tão ampla em Campina Grande que
não apenas superou o prejuízo sofrido na capital, como abriu margem
sobre o oponente quando somadas as urnas das duas cidades. No cômputo
geral, com uma maioria superior a 52 mil votos, Cássio acabou reeleito.
Cassismo 2 a 1.
Dois anos
depois, o Tribunal Superior Eleitoral cassava o mandato de Cássio, e
conduzia Maranhão ao governo. Novo empate na disputa iniciada no
Campestre: 2 a 2.
Nas últimas eleições Cássio apoiou Ricardo Coutinho que derrotou Maranhão.
Fonte: MaisPB
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